A Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo recebe no domingo, dia 27 de Abril, pelas 16h30 a peça de teatro “Autos da Revolução” a partir de António Lobo Antunes. Autos da Revolução compõe-se de trechos de cinco romances de António Lobo Antunes que têm como pano de fundo, a Revolução.
O espectáculo expõe os relatos, cruzados, de sete personagens. Cada uma destas recorda o seu 25 de Abril, contando o que sucedeu com ele: uma burguesa caridosa, um operário carregador de mudanças, um militante político que foi preso em Caxias, um banqueiro, uma camponesa explorada numa quinta, a esposa de um contra-revolucionário e uma criada.
Desta confrontação de pessoas comuns, plenas de contradições, que levam uma vida anónima nas margens dos acontecimentos históricos, nascem, por certo, perguntas inevitáveis com o andar do tempo.
Com a Revolução de Abril, não foi conquistada apenas a liberdade e a democracia política, criaram-se também condições para notáveis avanços civilizacionais que hoje estão a ser profundamente delapidados.
Os textos de António Lobo Antunes, Auto dos Danados, Conhecimento do Inferno, Fado Alexandrino, Manual dos Inquisidores e Exortação aos Crocodilos, foram objeto de um primeiro espetáculo, em 2004, e de uma segunda abordagem, em 2014, numa parceria do CENDREV- Centro Dramático de Évora- com a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve. Ambos os projetos contaram com dramaturgia e direção de Pierre-Étienne Heymann.
Quando a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril lançou o convite para integrar a programação das celebrações, surgiu de imediato a ideia de voltar, mais uma vez, aos textos de António Lobo Antunes.
O critério de seleção cingiu-se às companhias de teatro com atividade no período da Revolução e que nasceram ou se consolidaram nesse período: Companhia de Teatro de Almada; A Barraca; O Bando; Centro Dramático de Évora; Comuna – Teatro de Pesquisa; Novo Grupo de Teatro – Teatro Aberto; Seiva Trupe – Teatro Vivo; Teatro de Animação de Setúbal; Teatro Experimental de Cascais; e Teatro Experimental do Porto.
Os projetos foram avaliados pela Direção-Geral das Artes (DGARTES) e serão executados durante o corrente ano. O espectáculo é gratuito e uma organização da Companhia Mascarenhas-Martins.