O futuro da mobilidade ferroviária em Portugal deu mais um passo com a apresentação do traçado da linha de Alta Velocidade (TAV) que ligará Lisboa–Barreiro–Évora–Elvas, inserida no Corredor Internacional Sul. A revelação trouxe novidades de peso para a Margem Sul, com impacto direto nos concelhos do Barreiro e da Moita.
De acordo com os estudos apresentados, o projeto prevê que o Barreiro passe a ser uma estação de Alta Velocidade, com ligações a Évora e ao futuro nó internacional de Elvas, e que a Moita se torne ponto estratégico de ligação à futura Terceira Travessia do Tejo.
Uma ligação que reforça o papel do Barreiro
A linha de Alta Velocidade vai incluir uma estação no Barreiro, reforçando a centralidade histórica do concelho enquanto eixo ferroviário e portuário. Esta decisão devolve ao Barreiro uma posição de destaque na rede nacional de transportes, com benefícios que vão além da mobilidade: está em causa um potencial impulso económico e social, com mais proximidade ao Alentejo e ligação mais rápida a Lisboa e a Espanha.
O projeto integra-se no plano nacional ferroviário e insere o Barreiro na rota de um dos mais ambiciosos investimentos em mobilidade sustentável da próxima década. A nova estação permitirá também reduzir tempos de viagem e oferecer uma alternativa competitiva ao transporte rodoviário e aéreo, especialmente no eixo Lisboa–Madrid.
Moita prepara-se para receber Terceira Travessia
Outro ponto de destaque é o papel da Moita na ligação ferroviária à futura Terceira Travessia do Tejo, que deverá ligar Chelas ao Barreiro. O traçado coloca o concelho como peça central no desenho das novas acessibilidades da região, funcionando como elo de transição entre a Margem Sul e Lisboa.
Para o município, trata-se de um passo histórico: além da mobilidade, está em causa a possibilidade de atrair investimento e desenvolvimento urbano, reposicionando a Moita no mapa da Área Metropolitana de Lisboa.
A Câmara Municipal da Moita, que participou na apresentação pública do projeto, sublinha a importância estratégica desta ligação, destacando os benefícios que poderão ser sentidos ao nível da coesão territorial e da redução das assimetrias de mobilidade entre margens.
Impactos regionais e nacionais
A concretização da linha de Alta Velocidade promete encurtar distâncias e aproximar regiões. Segundo os estudos técnicos, a ligação permitirá reduzir substancialmente o tempo de viagem entre Lisboa e Évora, criando uma nova dinâmica de mobilidade pendular e turística.
O eixo ferroviário Lisboa–Elvas, passando pelo Barreiro, poderá também funcionar como catalisador para o desenvolvimento económico do Alentejo, ao ligar mais rapidamente a região ao mercado da capital e ao mercado espanhol.
Na Margem Sul, espera-se que o projeto tenha efeitos multiplicadores em várias áreas:
- Economia local, pela maior acessibilidade e pela atração de novos negócios;
- Emprego, através da dinamização de setores ligados à construção, serviços e turismo;
- Ambiente, ao promover uma mobilidade mais sustentável, com redução do uso do automóvel e diminuição da emissão de gases poluentes.
Reações e próximos passos
A apresentação do traçado foi recebida com entusiasmo pelos municípios envolvidos, embora com a consciência de que se trata de um processo de longo prazo e ainda sujeito a avaliações técnicas e ambientais.
As autarquias da Margem Sul apelam agora ao Governo para que o projeto avance com celeridade, garantindo os financiamentos necessários e envolvendo as populações em todas as fases de discussão pública.
O Barreiro, com a perspetiva de uma estação de Alta Velocidade, e a Moita, com a ligação à Terceira Travessia do Tejo, assumem-se como protagonistas de um futuro que promete transformar a mobilidade na região.
Um futuro a Alta Velocidade
Com o anúncio do novo traçado, a Margem Sul ganha um papel central no mapa da Alta Velocidade em Portugal. O Barreiro volta a ser referência ferroviária, a Moita posiciona-se na estratégia da terceira travessia e toda a região se prepara para acolher um projeto que pode redefinir a relação entre Lisboa, o Alentejo e Espanha.
A concretização ainda levará anos, mas o caminho já começou a ser desenhado. A Alta Velocidade promete trazer não apenas mais mobilidade, mas também mais desenvolvimento, competitividade e qualidade de vida para quem vive e trabalha na Margem Sul.