Setúbal prepara-se para celebrar o Dia Mundial da Música, a 1 de outubro, com um concerto especial da Orquestra Metropolitana de Lisboa, no Fórum Municipal Luísa Todi, pelas 21h00. Uma noite que promete ser inesquecível, onde duas obras-primas da música clássica serão interpretadas sob a direção do maestro Pedro Neves, num programa que reflete a força transformadora da música e a sua capacidade de inspirar gerações.
Um programa intenso e emotivo
O concerto apresenta duas peças de grande impacto histórico e emocional. A primeira será a “Noite Transfigurada” (Verklärte Nacht), Op. 4, de Arnold Schönberg (1874-1951), composta em 1899. Inspirada num poema em que o amor é capaz de transfigurar a dor em esperança e superação, a obra divide-se em cinco movimentos — Grave; Molto rallentando; Pesante – Grave; Adagio; Adagio — e tem uma duração aproximada de 30 minutos. A profundidade expressiva e a ousadia de Schönberg fazem desta peça um marco na transição entre o Romantismo tardio e o modernismo do início do século XX.
Segue-se a monumental Sinfonia n.º 41 em Dó Maior, KV 551, conhecida como “Júpiter”, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), a última criação sinfónica do compositor austríaco. Escrita em 1788, a obra rompeu com muitas das convenções clássicas da época e abriu caminho para soluções que inspirariam Beethoven e os grandes compositores românticos. A “Júpiter”, composta por quatro andamentos — Allegro vivace; Andante cantabile; Minuetto: Allegretto; Molto allegro —, destaca-se pela grandiosidade e complexidade, com uma duração aproximada de 31 minutos.
A inquietação que gera mudança
Estas duas obras, apresentadas em Setúbal no contexto das comemorações do Dia Mundial da Música, partilham um elemento comum: nasceram de momentos de transformação. O mundo está em constante mudança, e a música, como reflexo da humanidade, traduz essa inquietação criadora. Tal como frutos amadurecidos pela tensão dos tempos, tanto a “Júpiter” de Mozart como a “Noite Transfigurada” de Schönberg são expressões da busca por novos caminhos.
Mozart, com a sua derradeira sinfonia, deu um passo à frente no final do século XVIII, antecipando o romantismo que se seguiria. Schönberg, um século mais tarde, ousou quebrar os limites do Romantismo para abrir portas às tendências modernistas. Em comum, ambos utilizaram a música para transformar a dor e a exaustão em beleza, força e esperança.
O significado da celebração
O Dia Mundial da Música, criado em 1975 pelo Conselho Internacional da Música sob a égide da UNESCO, pretende promover a música como património cultural da humanidade e como elo de ligação entre povos. Setúbal, cidade com um forte tecido cultural e artístico, volta a associar-se a esta data com uma programação que valoriza a música clássica, mas também a sua universalidade e acessibilidade.
Este concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa é mais do que um espetáculo: é uma celebração da música enquanto linguagem universal e transformadora. O maestro Pedro Neves, que conduz a orquestra nesta noite especial, sublinha essa capacidade da arte em renovar-se e em renovar-nos.
Bilhetes acessíveis para todos
Os bilhetes para este espetáculo já estão disponíveis, quer na Bilheteira Online (BOL), quer na bilheteira do Fórum Luísa Todi, com preços entre 6 e 12 euros. Uma escolha que reforça o objetivo de democratizar o acesso à música erudita, permitindo que diferentes públicos possam desfrutar de uma noite única.
Um convite à comunidade
Setúbal, que se tem afirmado cada vez mais como palco cultural de referência na região e no país, convida todos os que apreciam música — e também os que querem descobrir o seu poder — a participar nesta celebração. A noite de 1 de outubro promete ser um momento de partilha, inspiração e comunhão através da música.