Almada prepara-se para viver uma noite especial dedicada à música portuguesa. Hoje, sábado, 4 de outubro, às 20h30, o Centro Cultural e Juvenil de Santo Amaro – Casa Amarela, no Laranjeiro, abre portas a um espetáculo gratuito que junta três projetos musicais distintos, mas unidos por uma mesma missão: celebrar as raízes culturais do país e dar nova vida às tradições sonoras que fazem parte da identidade coletiva.
A iniciativa integra-se no ciclo “À Volta das Casas”, programa cultural que tem aproximado a comunidade de diferentes linguagens artísticas, com um enfoque especial na preservação e valorização da memória cultural portuguesa.
NIA: da tradição ao presente com fusão musical
Criada em 2022, em Almada, a banda NIA nasceu como um trio e rapidamente evoluiu para a formação atual de quatro elementos. O grupo é composto por Inês Santos (voz), J. Pedro Baltasar (guitarra), Breno Cavalcanti (flauta) e Susana Vieira (voz e percussão).
Com uma sonoridade que cruza tradição e modernidade, a banda trabalha sobre o universo da música popular portuguesa de fusão, sem receio de experimentar. Do fado ao pop, passando por apontamentos de rock e influências medievais, os concertos de NIA são descritos como uma viagem musical através de séculos de história, transformada em experiências contemporâneas que conquistam públicos de diferentes idades.
Mais do que resgatar tradições, NIA procura reinterpretá-las, criando uma identidade própria que reflete a diversidade cultural e artística da Margem Sul.
Fio à Meada: a força das vozes femininas
O espetáculo contará também com a presença de Fio à Meada, um coletivo que reúne cerca de 20 mulheres. O grupo distingue-se pelas suas interpretações em polifonia vocal e pelo uso dos adufes, instrumento tradicional português.
As suas performances evocam canções de trabalho, resistência e luta das mulheres, recuperando memórias musicais que atravessaram gerações. Este resgate cultural não se limita ao passado: ao subirem ao palco, as vozes de Fio à Meada transportam consigo a força de uma herança feminina que continua viva e atual.
Mais do que um concerto, a atuação deste coletivo será também uma afirmação identitária, celebrando o papel da mulher na construção da cultura popular portuguesa.
RUA: tradição e modernidade em sintonia
A terceira presença da noite é o projeto RUA, conhecido por cruzar tradição e modernidade numa sonoridade marcada pela diversidade. Com influências que vão do indie à world music, o grupo aposta numa abordagem que respeita a matriz cultural portuguesa, mas não se limita a ela.
O resultado é uma proposta fresca, capaz de dialogar com públicos urbanos e cosmopolitas, ao mesmo tempo que valoriza o património sonoro nacional. RUA acrescenta, assim, uma camada de inovação ao alinhamento da noite, tornando o espetáculo uma experiência musical completa e plural.
Cultura que se partilha
A noite de 4 de outubro promete ser um momento único para Almada e para todos os que se deixarem levar pela riqueza da música portuguesa. A entrada é gratuita, ainda que sujeita à lotação do espaço, o que poderá significar casa cheia na Casa Amarela.
Mais do que apenas um concerto, este evento assume-se como um encontro de gerações, estilos e linguagens, onde a música funciona como ponte entre passado e presente. Uma celebração daquilo que nos une e que faz parte do ADN cultural da região: a capacidade de valorizar a tradição enquanto se olha para o futuro.