Veja o Barreiro com outros olhos: três roteiros para descobrir a cidade que se reinventa

Veja o Barreiro com outros olhos: três roteiros para descobrir a cidade que se reinventa

O outono chegou e, com ele, uma oportunidade perfeita para sair à rua e redescobrir o Barreiro. Entre marés, trilhos e murais, a cidade abre-se em três roteiros gratuitos (ou quase) que prometem mostrar o lado mais autêntico e surpreendente do território. São passeios organizados pela Câmara Municipal do Barreiro que convidam moradores e visitantes a olhar para a cidade com uma nova perspetiva — seja através do património moageiro, do legado ferroviário ou da arte urbana que colore os bairros.

O ritmo das marés e o património moageiro

O primeiro percurso aconteceu a 18 de outubro, às 10h00, com ponto de encontro junto ao Moinho de Maré Pequeno, hoje convertido em Centro Interpretativo. Daí, o grupo seguiu pelos passadiços da Alburrica até ao Moinho de Vento Nascente, num passeio que combinou história, natureza e o som inconfundível do Tejo.


Ao longo do caminho, os participantes puderam perceber como o estuário e as marés moldaram a vida económica e social do Barreiro — uma cidade onde, durante séculos, os moinhos transformaram o vento e a água em força produtiva.

A participação foi gratuita, mas com inscrições obrigatórias e limitadas a 20 pessoas, garantindo um ambiente mais próximo e envolvente.

A herança ferroviária que ligou o país

Uma semana depois, a 25 de outubro, às 9h00, realiza-se o segundo roteiro, dedicado ao património ferroviário. O ponto de encontro será junto à Estação Ferroviária do Barreiro-A, de onde parte um percurso com cerca de cinco quilómetros que atravessa o antigo bairro ferroviário, a Estação Barreiro-Mar e a histórica Doca Seca.

Mais do que uma simples caminhada, este é um mergulho na memória industrial do Barreiro — uma cidade que foi durante décadas um dos principais motores logísticos do país. Aqui nasceram oficinas, armazéns e infraestruturas que deram forma ao desenvolvimento económico da região.

Tal como o primeiro, o passeio é gratuito, mas requer inscrição prévia devido ao número limitado de participantes.

Arte urbana nos bairros: o Barreiro que se pinta de novo

Ainda no dia 25 de outubro, mas às 10h00, arranca o terceiro percurso — desta vez dedicado à arte urbana. O ponto de partida será junto à entrada do supermercado Continente, na Praça dos Fuzileiros.

Este roteiro percorre os bairros do Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena, onde a arte transforma muros em telas e paredes em histórias. Entre os murais de Gonçalo Mar, Pedro Pinhal e outros artistas, a cidade revela-se em cores e mensagens que espelham o espírito da comunidade.

Este passeio tem um custo simbólico entre 2€ e 3€, também mediante inscrição prévia. Mais do que um roteiro artístico, é uma verdadeira galeria a céu aberto — um reflexo da energia criativa e da identidade contemporânea do Barreiro.

Porquê participar?

Estes três roteiros são muito mais do que passeios: são convites a redescobrir o Barreiro, um território onde o passado industrial se cruza com a natureza e a cultura urbana.
Aqui, cada moinho conta uma história, cada linha férrea desenha um capítulo e cada mural revela um presente em transformação.

As atividades são pensadas para grupos pequenos, permitindo que cada participante explore o espaço com calma, curiosidade e atenção aos detalhes. As inscrições decorrem no Posto de Turismo do Barreiro (Terminal Rodo-Ferro-Fluvial, loja 10) ou por telefone 212 068 287, e as vagas costumam esgotar rapidamente.

O que levar

Para aproveitar ao máximo, o ideal é preparar-se como um verdadeiro explorador urbano:

  • Calçado confortável (os percursos variam entre 5 e 6 km);
  • Roupa adequada às condições de outono;
  • Água, chapéu e boa disposição;
  • E, claro, o telemóvel ou câmara para registar os detalhes que fazem o Barreiro tão único.

Três formas de ver o Barreiro

Seja a caminhar junto ao Tejo, a seguir as marcas do caminho de ferro ou a admirar murais vibrantes, estes roteiros são uma oportunidade de ver a cidade com outros olhos. O Barreiro mostra-se como sempre foi: uma cidade viva, feita de histórias, gente e movimento — um símbolo da força e criatividade da Margem Sul.

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