O ano de 2023 ficou marcado pelo crescimento exponencial da procura dos serviços de transporte rodoviário na Margem Sul. No período compreendido entre Janeiro e Outubro, o ritmo de crescimento da procura situou-se entre os 27% e 34%.
Apesar do crescimento muito significativo, ainda são apontadas, pelos utentes, algumas falhas nos serviços prestados. A gestora dos transportes colectivos rodoviários de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa já está “com perto dos 13 milhões e meio de passageiros em outubro e em novembro”, com uma procura no distrito de Lisboa, face à entrada da Carris Metropolitana, de mais 40%.
Para uma ideia mais clara da ordem de grandeza do crescimento verificado, ficam alguns dos números apresentados pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML). Em Lisboa, a área 1 que engloba os concelhos da Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra, registou mais de 48,3 milhões de passageiros e a área 2, compreendendo os concelhos de Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, mais de 32,9 milhões.
Já na Margem Sul do Tejo, o município de Almada, designada Área 3 registou nos primeiros 10 meses do ano passado um total de mais de 12,5 milhões de passageiros (1.058.007 em Janeiro/1.370.629 em Outubro), o concelho do Seixal teve mais de 10,5 milhões (962.253/1.186.665) e Sesimbra foram transportados mais de 1,8 milhões (161.519/203.054).
Na área 4, Alcochete registou mais de 815 mil passageiros (79.179 em Janeiro/94.752 em Outubro), Barreiro contabilizou mais de 918 mil (76.169/111.038), Moita teve mais de 1,5 milhões (138.175/185.398) e o Montijo mais de 1,7 milhões (164.410/210.423). Já em Palmela foram mais de 859 mil (85.056/112.331) e em Setúbal mais de 4,6 milhões (383.137/530.778).
O total acumulado, no distrito de Setúbal, a área 3, teve mais de 24,8 milhões naqueles 10 meses e a área 4 mais de 10,4 milhões. Com este crescimento muito assinalável, subsistem dificuldades, as quais motivam queixas dos utentes da rede Metropolitana.
Uma das razões de queixa mais frequentes, prende-se com a frequência do número de carreiras ou com os horários destas, apesar do esforço no reforço destas valências. Entre as mais-valias do novo serviço, “há mais oferta”, mais linhas e melhor abrangência geográfica e os horários são melhores do que quando eram servidos pela Transportes Sul do Tejo, como salientou Marco Sargento o porta-voz da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul, que não deixou de realçar a significativa redução dos anteriores 180 euros para 40 euros ou 80 no caso de um agregado familiar. Com o próximo passo ser a gratuitidade para as pessoas que vivem e trabalham na área metropolitana.
O alargamento, desde 1 de Janeiro deste ano, da gratuidade para os jovens e estudantes até aos 23 anos, constitui mais um importante desafio para a rede e a sua oferta, dado o número de novos viajantes que esta poderá transportar, referiu Carla Tavares, a presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa.