Aquela que poderá ser a maior refinaria de hidróxido de lítio da Europa, uma parceria entre a GALP e a fabricante sueca de baterias eléctricas, Northvolt, está em “ponto morto”. Pelo menos até 2028.
Os motivos para o atraso devem-se ao facto de ambas aguardarem uma decisão do Banco Europeu de Investimento (BEI) para a atribuição de financiamento ao projeto, que poderá estar situado nos 850 milhões de euros.
A Northvolt e a Galp anunciaram esta “joint venture” em 2021. Originalmente, o objetivo seria o processamento de 32 mil toneladas de hidróxido de lítio pronto para bateria anualmente, quantidade suficiente para a produção das baterias necessárias para substituir 400 mil veículos a combustão, anualmente, a partir de 2026. Acresce que o último relatório anual da Northvolt não prevê uma data para a instalação.
Por seu turno, a Galp garante que continua comprometida com o projeto, mas alertou que o acesso a fundos nacionais e europeus não está garantido e que isso tem contribuído para os atrasos verificados. Foram também referidas as dúvidas sobre quando poderá estar disponível o fornecimento de lítio a partir de minas localizadas em Portugal.
A Northvolt tem projeto para construir uma refinaria de lítio em conjunto com a Galp, o consórcio Aurora. A unidade industrial ficará localizada no Parque Industrial da Mitrena e representa um investimento de 700 milhões de euros e a criação de 200 postos de trabalho diretos e cerca de 3 mil indiretos.
Ao abrigo do acordo, a Northvolt fica obrigada a comprar 50% da produção anual desta refinaria. O projeto Aurora terá capacidade atualizada para produzir o hidróxido de lítio suficiente para equipar 700 mil veículos elétricos, numa capacidade de produção inicial entre 28 mil a 35 mil toneladas de hidróxido de lítio, material essencial para produzir baterias de ião-lítio.
Foi em Março de 2022 que Setúbal venceu cerca de três dezenas de outras localizações, sendo a escolhida para a instalação da nova unidade avançada de conversão de lítio. Aguardemos.