O cinema português venceu mais um prémio internacional. A autora desta vitória é a realizadora portuguesa e setubalense, Maria Inês Gonçalves. Com a curta-metragem ‘La Durmiente’, Maria Inês Gonçalves, venceu a competição Tiger Short do Festival de Cinema de Roterdão.
Trata-se de uma co-produção luso-espanhola, que aborda a história esquecida da infanta D. Beatriz de Portugal, peça fulcral na crise dinástica de 1383-1385, que se inicia quando o Rei D. Fernando morre sem deixar um herdeiro varão ao trono, razão pela qual o Reino de Portugal é invadido por Castela.
Filmado no Mosteiro de Sancti Spiritus, em Salamanca, Espanha, onde está sepultada Beatriz de Portugal, o filme aborda fragmentos da vida desta infanta com recurso a um elenco com sete crianças, entre elas Maria Helena Calado, também ela uma jovem actriz proveniente de Setúbal que interpreta o papel de Rainha D. Leonor Teles.
Tanto a ideia como a inspiração para esta curta-metragem surgiram do facto de Maria Inês Gonçalves perceber que as crianças estudam a crise dinástica de 1383-1385 e estas tal como a História em geral, pouco saber sobre quem foi a filha de D. Fernando que foi aclamada Rainha de Portugal.
Sobre a Infanta Beatriz, pouco se sabe, por não existirem informações nem fontes documentais. “Foi um bocadinho apagada e era muito difícil fazer um filme histórico sobre ela. Então a minha proposta foi trabalhar com crianças da mesma idade e imaginar uma história que não foi escrita”, afirmou em entrevista.
Conquistado o prémio internacional, Maria Inês Gonçalves, ambiciona ter a sua obra em circulação, tanto em Portugal, como na Europa e fora desta, não tendo ainda obtido confirmações quanta datas ou locais, embora não esconda, naturalmente, o sonho de que “La Durmienta” seja exibida, não só no circuito comercial mas também na sua cidade natal, Setúbal.