Tal como informámos recentemente, a Lagoa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, foi aberta ao mar, na passada segunda-feira.
Esta operação coordenada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a colaboração da Capitania do Porto de Sines, visa a renovação da água salgada e das espécies locais e foi executada com recurso a duas máquinas retroescavadoras, num processo que demorou cerca de três horas, tendo arrancado cerca das 15 horas e tendo sido dada por concluída por volta das 18h.
Este ano, dada a elevada quantidade de água na Lagoa, há a expectativa de que a abertura, agora realizada, se consiga manter por algumas semanas. Existem, contudo, outras questões relacionadas com a Lagoa, nomeadamente o assoreamento, que persistem e que preocupam a comunidade local.
O referido assoreamento tem vindo a prejudicar a forma como a abertura ao mar é feita, uma vez que a comunidade piscatória continua a considerar que deveria haver também uma máquina de rasto para empurrar a areia nas margens do canal, sempre que esta ameace o encerramento do canal, impedindo assim a renovação das espécies e a limpeza da água.
De salientar que a abertura do canal, acontece todos os anos por altura do início da Primavera, atraiu centenas de pessoas que permaneceram no areal até à conclusão do processo. Foi desta forma cumprida a garantia da abertura da Lagoa pela APA. Garantia dada durante a ação de protesto promovida pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém e Junta de Freguesia de Santo André, no dia 5 de março, que juntou cerca de 100 participantes, entre autarcas, ambientalistas, pescadores, população e associações locais.
Onde, em conjunto, manifestaram o seu desagrado perante a posição inicial da APA, de não abrir a Lagoa de Santo André ao mar este ano.