O que começou por ser um projecto para a região de Odemira e zona da barragem de Santa Bárbara, pode vir a tornar-se numa solução instalada em Sines, com a construção de uma central dessalinizadora de água. É a decisão que aguarda pelo próximo governo. As profundas necessidades de água há muito sentidas na região do litoral alentejano poderão vir a ser mitigadas pela construção, em Sines, de uma central dessalinizadora.
O tema surgiu no início do ano quando Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Acção Climática anunciou, em sede das comissões de Orçamento e Finanças, Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação e Ambiente e Energia, que a “possibilidade da existência de uma central dessalinizadora para a zona do litoral alentejano”, estava ser estudada.
Para fazer face às crescentes necessidades de vários sectores de actividade, nomeadamente do turismo, produção industrial e agrícola na região do Mira e adjacentes, é necessário um tipo de resposta que só o processo de dessalinização pode dar. Este é o processo através do qual a água salgada do mar é transformada em água potável ou susceptível de ser usada em meios agrícolas e afins.
Sines “entra” neste cenário por apresentar, tal como a região do Mira mais a sul, problemas e desafios semelhantes quanto à captação, armazenamento, distribuição e uso de recursos hídricos. Tudo dependerá não só da decisão política do futuro governo mas também da avaliação técnica sobre as necessidades de recursos hídricos, nomeadamente sobre o volume que é necessário captar, para as necessidades identificadas no litoral alentejano.
Ou seja, uma em vez de duas dessalinizadoras, para abastecer “só a região de Sines, ou ainda outra região, para dar resposta às necessidades da indústria, trazer segurança às populações e perceber se é ou não viável abastecer outra região, como a de Odemira”, através de pipelines.
Mas o que significa dessalinização? Dessalinizar é o processo em que a água salgada do mar, perde o seu sal e se torna consumível para fins múltiplos. Existem duas formas de alcançar esta condição: a osmose inversa e a dessalinização térmica. Portugal usa já a primeira.
Segundo este modelo, a água salgada é sujeita a uma pressão elevada e vai passando através de membranas de porosidade decrescente. Os sais vão ficando para trás e a água vai avançando, ficando mais “pura” e própria para consumo.
A partir de 10 de Março ficaremos a saber mais sobre este assunto.