A proposta de uma ligação fluvial entre a Trafaria e Algés está a ganhar força, com os presidentes das câmaras municipais de Almada e Oeiras, Inês de Medeiros e Isaltino Morais, a unirem esforços para apresentar um projeto conjunto à Área Metropolitana de Lisboa (AML) e ao Governo. Esta iniciativa visa melhorar a conectividade entre as duas margens do Tejo, mas também reduzir o tráfego rodoviário na Ponte 25 de Abril, um dos principais eixos de circulação da região.
Contexto da Proposta
Na manhã de 2 de junho, os autarcas de Almada e Oeiras reuniram-se com a presidente da Transtejo, Alexandra Carvalho, para discutir a viabilidade da ligação fluvial. Durante o encontro, foram abordadas as necessidades de mobilidade da população e a importância de alternativas ao transporte rodoviário.
A criação de uma travessia fluvial entre a Trafaria e Algés tem como principais objetivos:
- Melhorar a ligação entre as margens do Tejo: Facilitar o deslocamento de cidadãos entre Almada e Oeiras.
- Reduzir o tráfego na Ponte 25 de Abril: Aliviar a pressão sobre uma das principais artérias de Lisboa.
- Contribuir para projetos de mobilidade: Integrar-se em iniciativas já em curso na AML, como a expansão do Metro Sul do Tejo e a extensão do elétrico 15.
Projetos de Mobilidade em Almada e Oeiras
Do lado de Almada, um dos projetos em destaque é a expansão do Metro Sul do Tejo, que se pretende estender até à Costa da Caparica e à Trafaria. Este projeto inclui um traçado de 7,16 km com várias estações, facilitando o acesso a áreas de grande movimento.
Em Oeiras, a proposta inclui a extensão do elétrico 15 até ao Jamor e o desenvolvimento do metro ligeiro de superfície LIOS (Linha Intermodal Ocidental Sustentável), que ligará Alcântara a Algés. Este projeto é fundamental para a modernização do transporte público na região.
Benefícios da Ligação Fluvial
A implementação de uma ligação fluvial traria diversos benefícios para a mobilidade na região:
- Aumento da eficiência no transporte: A travessia fluvial pode oferecer uma alternativa rápida e direta para os deslocamentos entre as duas margens.
- Redução do tempo de viagem: Com menos dependência do transporte rodoviário, os cidadãos poderão chegar aos seus destinos de forma mais ágil.
- Promoção do uso de transportes sustentáveis: A ligação fluvial incentiva o uso de meios de transporte menos poluentes.
Além dos benefícios diretos para a mobilidade, a ligação fluvial pode impulsionar o desenvolvimento económico e social das áreas envolvidas:
- Atração de turistas: A criação de uma nova rota fluvial pode tornar-se um atrativo turístico, promovendo a região como um destino de lazer.
- Valorização imobiliária: A melhoria das infraestruturas de transporte tende a valorizar as propriedades nas áreas circunvizinhas.
Desafios e Considerações
Embora a proposta tenha muitos pontos positivos, existem desafios a serem superados:
- Estudos de viabilidade: É necessário realizar estudos detalhados para avaliar a viabilidade técnica e financeira da ligação fluvial.
- Financiamento: A obtenção de financiamento para a construção e operação da travessia será crucial para o sucesso do projeto.
A ligação fluvial deve ser integrada com outros projetos de mobilidade na região, como a expansão do Metro Sul do Tejo e a extensão do elétrico 15. A colaboração entre as câmaras municipais e a Transtejo será fundamental para garantir uma rede de transporte coesa e eficiente.
Próximos Passos
Os municípios de Almada e Oeiras comprometeram-se a trabalhar em conjunto para elaborar uma proposta que será apresentada à AML e ao Governo. Este documento deverá incluir detalhes sobre a viabilidade, custos e benefícios da ligação fluvial.
É importante que a comunidade local seja envolvida no processo. A realização de reuniões públicas e consultas pode ajudar a entender as necessidades e preocupações dos cidadãos, garantindo que a proposta atenda às expectativas da população.
A proposta de uma ligação fluvial entre a Trafaria e Algés representa uma oportunidade significativa para melhorar a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa. Com o apoio das câmaras municipais de Almada e Oeiras, bem como da Transtejo, este projeto pode transformar a forma como os cidadãos se deslocam entre as duas margens do Tejo, promovendo um futuro mais sustentável e conectado. A colaboração entre as partes interessadas será essencial para superar os desafios e garantir o sucesso desta iniciativa.