Arrábida distinguida pela UNESCO como Reserva da Biosfera

Arrábida distinguida pela UNESCO como Reserva da Biosfera

A Serra da Arrábida foi distinguida pela UNESCO com o estatuto de Reserva da Biosfera, um reconhecimento internacional que valoriza a singularidade dos seus ecossistemas, a biodiversidade ímpar e o equilíbrio entre conservação ambiental e presença humana. A decisão foi oficializada na 37.ª sessão do Conselho Internacional de Coordenação do Programa “O Homem e a Biosfera” (MAB), realizada em Agadir, Marrocos.

Com esta classificação, a Arrábida passa a integrar a Rede Mundial de Reservas da Biosfera, que conta atualmente com 759 áreas distribuídas por 136 países. Em Portugal, este estatuto já abrange 12 territórios, entre os quais a Ilha do Corvo, o Paul do Boquilobo, as Berlengas e a Laurissilva da Madeira. Agora, a Arrábida junta-se a esta lista restrita, reforçando a imagem da região enquanto espaço de elevado valor ambiental, científico e cultural.

Um território de exceção

Situada entre Setúbal, Palmela e Sesimbra, a Serra da Arrábida é conhecida pelo seu património natural único, onde se destacam os paredões calcários, as encostas cobertas de vegetação mediterrânica e atlântica e a diversidade de fauna marinha que habita o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha.

Além da riqueza natural, a Arrábida é também um território profundamente ligado à presença humana, com comunidades locais que, ao longo de séculos, desenvolveram práticas sustentáveis em atividades como a pesca artesanal, a agricultura, a produção de vinho e o turismo de natureza.

Segundo a UNESCO, a classificação pretende justamente valorizar este equilíbrio entre conservação ambiental e desenvolvimento humano, promovendo práticas que assegurem a preservação dos ecossistemas e, ao mesmo tempo, beneficiem as populações locais.

Um galardão com impacto no futuro

A atribuição do estatuto de Reserva da Biosfera é vista como um passo fundamental para garantir a proteção da Arrábida e para consolidar projetos de investigação, educação ambiental e turismo sustentável. O Governo português sublinha que esta distinção “reforça o compromisso de Portugal com a preservação da biodiversidade e com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030”.

Na prática, a classificação implica uma maior responsabilidade na gestão do território, abrindo também portas a novas oportunidades de financiamento internacional para projetos ligados à conservação e valorização do património natural.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, destacou que este é um reconhecimento que “orgulha o país e, em particular, as populações da região de Setúbal”, lembrando que a Arrábida “é um espaço emblemático de ligação entre o mar e a serra, onde a natureza e a presença humana coexistem de forma harmoniosa”.

Orgulho regional e oportunidade internacional

Para as comunidades locais e autarquias, esta distinção da UNESCO vem reforçar a importância de um território que é símbolo de identidade regional. O turismo, que já tem na Arrábida um dos destinos mais procurados do país, poderá beneficiar de um novo impulso, alicerçado em práticas de maior sustentabilidade e valorização cultural.

A classificação abre também portas a uma maior divulgação internacional, colocando a Arrábida no mapa mundial das reservas naturais de referência. Tal reconhecimento não se traduz apenas em prestígio, mas também em responsabilidade acrescida para garantir que o equilíbrio entre natureza e presença humana se mantenha nas próximas gerações.

Arrábida: património natural e humano

A Serra da Arrábida não é apenas um cenário de rara beleza natural. É também um território marcado pela presença do Convento da Arrábida, pelos moinhos de vento, pelas quintas vinícolas e pela forte ligação ao mar e às tradições locais.

Este mosaico de paisagens, histórias e práticas sustentáveis foi agora reconhecido pela UNESCO como exemplo de convivência equilibrada entre o homem e a natureza — um modelo que se quer preservar e projetar para o futuro.

A Arrábida, com os seus tons verdes, azuis e calcários, deixa de ser apenas um tesouro nacional para se afirmar, oficialmente, como património de toda a humanidade.

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