A Comissão Técnica Independente (CTI) liderada pela professora Rosário Partidário incumbida, pelo Governo, de avaliar as nove opções para a localização do, há muito discutido e adiado, novo aeroporto de Lisboa, apresentou, na tarde de 5 de Dezembro, as suas conclusões preliminares.
Os factores analisados compreendem diversas dimensões, capacidades e impactos, não só da infraestrutura propriamente dita mas também da região envolvente e dizem respeito à Segurança Aeronáutica, Acessibilidade e Territórios, à Saúde Pública e Viabilidade Ambiental, à Conectividade e Desenvolvimento Económico e, por último, ao Investimento Público e Modelo de Financiamento.
A opção de Alcochete é a solução com mais vantagens para o novo aeroporto, entre as duas soluções viáveis para um ‘hub’ intercontinental ou seja uma plataforma de distribuição de voos de longo curso, sendo também importante destacar as palavras da presidente da CTI, segundo a qual “todas as opções são financeiramente viáveis, não sendo necessário financiamento público para a construção do novo aeroporto”, afirmou Rosário Partidário na apresentação do relatório.
Para além da solução Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, esteve também a hipótese Humberto Delgado + Vendas Novas em consideração, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Uma coisa parece ser certa: o actual aeroporto de Lisboa, Humberto Delgado, deverá ser encerrado assim que o novo aeroporto esteja concluído e em pleno funcionamento, na medida em que “não tem capacidade para crescer” e não responde “de forma alguma” aos objectivos de uma inserção de Lisboa na chamada rede transeuropeia de transportes, um dos factores considerados críticos para a escolha da localização para o aumento da capacidade aérea em Lisboa.
No entanto, o seu encerramento acarreta um impacto económico negativo relevante. Assim, a Comissão Técnica Independente, criada no final de 2022 propõe uma solução que alie o Aeroporto Humberto Delgado a um aeroporto complementar em Alcochete, de forma temporária, até se partir para uma solução de um único aeroporto em Alcochete, com um mínimo de duas pistas.
É importante salientar que este relatório da CTI é de natureza preliminar entrando em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo após o qual a CTI, após avaliar “a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão”, fará então o relatório final.
Seja como for, é possível estarmos, finalmente, a assistir ao fim da longa “aterragem” deste assunto, aterragem essa iniciada em 1969.