Como demos conta há uns meses, a Península de Setúbal vinha sendo prejudicada com a falta de fundos comunitários devido a estar integrada na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Este facto fez com que, em 2018, a região fosse considerada a quarta mais pobre do País em termos de PIB per capita.
Desde 1 de Janeiro, a Península de Setúbal é avaliada como uma Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS) II e III, tendo sido oficializada em Março de 2023. Significa isto que a região conta autonomamente para estatísticas com dados únicos a serem transmitidos ao Eurostat.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os dados relativos ao presente ano e nestes a Península de Setúbal, já desagregada da AML viu um agravamento da disparidade regional, face à AML, ao passar de 44 pontos percentuais (p.p.), em 2021, para 87 p.p., em 2022, aumentando para 90 p.p. em 2023.
Segundo o INE, as assimetrias do PIB per capita, verificadas entre estas duas regiões são refletidas em termos nominais ao constatar-se que na Península de Setúbal cada habitante gera em média 14.714 euros anuais e, no caso da Grande Lisboa, o valor chega aos 31.618 euros médios anuais.
“A Península de Setúbal, com 7,8% da população residente, origina no seu território apenas 5,5% do PIB, sendo uma das regiões com menor peso de emprego no total da sua população residente (32,5% face a 59,7% da Grande Lisboa)”, acrescenta o boletim do Instituto Nacional de Estatística.
A Península de Setúbal vinha sendo prejudicada com a falta de fundos comunitários por estar integrada na AML e ter acesso a menos fundos comunitários. Como efeito natural imediato da desagregação referida, a Península de Setúbal é a ‘mais pobre’ de todas as regiões, contrariamente à Grande Lisboa que acabou por atingir valores mais elevados de todas as unidades territoriais estatísticas.
A Península de Setúbal cresceu, moderadamente, 1,7% em termos económicos em 2023 contribuindo em 2,5% para o crescimento real do PIB do nacional. No boletim do INE espelha-se outra realidade: que a Península de Setúbal, com 7,8% da população residente, origina no seu território apenas 5,5% do PIB, sendo uma das regiões com menor peso de emprego no total da sua população residente (32,5% face aos 59,7% da Grande Lisboa).