Espetáculo sobe ao palco da Sala Experimental a 20 e 21 de setembro, numa produção da Casa da Dança.
A dança contemporânea regressa em força a Almada com “O que a gente faz”, a mais recente criação do coreógrafo Cristian Duarte, que será apresentada na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB) nos dias 20 e 21 de setembro. O espetáculo, produzido pela Casa da Dança, conta com sessões marcadas para sábado às 21h e domingo às 16h, com classificação para maiores de 12 anos e duração aproximada de 60 minutos. Os bilhetes variam entre 7€ e 10€, com desconto para membros do Clube de Amigos (5€) e podem ser adquiridos aqui.
Uma criação que questiona o invisível
Impulsionado pelo trabalho anterior — “E nunca as minhas mãos estão vazias” —, Cristian Duarte volta a explorar a capacidade da dança de resgatar memórias e sensações para subverter a realidade. Nesta nova obra, o coreógrafo propõe uma reflexão sobre as camadas ocultas que sustentam todas as manifestações culturais e artísticas.
Assim como o pano de fundo num espetáculo molda a ação dos atores, também os fatores históricos, sociais e culturais desempenham um papel decisivo no desenvolvimento da arte. “O que a gente faz” quer dar voz a esses elementos frequentemente ignorados, mas que são fundamentais para compreendermos o que nos move enquanto indivíduos e sociedade.
Cristian Duarte: um coreógrafo com projeção internacional
Nascido em São Paulo, Cristian Duarte é uma figura de referência na dança contemporânea internacional. Formou-se no Estúdio e Cia Nova Dança, no Brasil, e na prestigiada escola P.A.R.T.S. (Performing Arts Research and Training Studios), em Bruxelas.
A sua carreira tem sido marcada pela criação de contextos de experimentação artística e pedagógica, como APT?, DESABA, LOTE e Z0NA, sempre em diálogo com outros criadores da cena paulistana.
Com um percurso internacional consolidado, já colaborou com companhias de renome, como o Balé da Cidade de São Paulo e o Cullberg Ballet (Estocolmo), tendo apresentado trabalhos em países como Alemanha, Argentina, Bélgica, Chile, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Portugal, Suécia, Uruguai e Singapura.
Um espetáculo de cocriação e partilha
“O que a gente faz” não é apenas uma obra de um criador isolado. O espetáculo nasce de um processo de cocriação entre Cristian Duarte e um grupo de intérpretes de diferentes origens: Bruno Brandolino, Suiá Ferlauto, Maria João Costa Espinho, Alexandre Magno, Aka Emiliano Manso e Emily Da Silva.
A trilha sonora é criada e interpretada ao vivo pelo próprio elenco, acrescentando intensidade e imprevisibilidade à experiência. A direção técnica de luz e som fica a cargo de Sandro Esperança, contribuindo para transformar a Sala Experimental num espaço imersivo.
Almada como palco de encontro
A apresentação de “O que a gente faz” no TMJB reforça o papel de Almada como cidade de referência cultural, com uma programação que alia a tradição teatral do Festival de Almada a propostas inovadoras de dança contemporânea.
Este espetáculo integra-se na missão da Casa da Dança (produtora do espetáculo), que aposta na formação de públicos e na valorização da dança como forma de pensamento, crítica e criação de comunidade.
