A Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, na Quinta da Fidalga, no Seixal, é palco de uma exposição que promete marcar o panorama cultural da região e do país. “O Infinito Lugar da Luz” apresenta-se como uma viagem pela obra e pela vida de Manuel Cargaleiro, um dos maiores artistas plásticos portugueses do século XX, reunindo peças inéditas, obras de outros artistas que o mestre colecionou ao longo da sua vida e ainda a recriação do seu ateliê, um espaço que revela a dimensão mais íntima e pessoal do criador.
Inaugurada no dia 28 de setembro, esta mostra, que conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República, assume-se como um convite ao público para conhecer, de forma abrangente, não só o trabalho do artista, mas também a sua forma de estar na arte e na vida.
A recriação do ateliê: a essência do criador
Um dos pontos altos da exposição é a recriação do espaço de trabalho de Manuel Cargaleiro, originalmente localizado na Quinta da Silveira de Baixo, em Almada. Este ambiente, agora recriado em permanência na Oficina de Artes, permite aos visitantes mergulhar no universo criativo do mestre e sentir de perto o lugar onde nasceram tantas das suas obras.
Além da instalação, a mostra dá a conhecer um vasto conjunto de trabalhos do próprio artista, representativos de diferentes fases da sua carreira. São peças que abrangem múltiplos suportes e técnicas, desde estudos e desenhos a trabalhos de maior dimensão. Com especial enfoque nas obras mais recentes, doadas pelo próprio ao município, a exposição proporciona uma visão ampla do percurso criativo de Cargaleiro.
Entre mestres e colecionadores: diálogos artísticos
“O Infinito Lugar da Luz” vai além da obra individual de Manuel Cargaleiro. A exposição revela também a sua faceta de colecionador, através da presença de trabalhos de outros artistas que admirou e reuniu ao longo dos anos.
É possível contemplar criações de nomes incontornáveis da história da arte, como Sonia Delaunay, Marcelle Cahn, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Nathalia Goncharova e Zao Wou-Ki. Estes mestres antecederam Cargaleiro, mas as suas obras dialogam com a sua trajetória, mostrando influências, afinidades e cumplicidades artísticas.
A mostra integra ainda trabalhos de artistas contemporâneos de Cargaleiro, incluindo Júlio Resende, Armando Alves, José Escada, René Bértholo, Lourdes Castro, José Rodrigues, Eduardo Luiz e Pedro Avelar. Esta diversidade reforça a dimensão plural e cosmopolita do legado do artista português.
Cargaleiro e Vhils: um encontro entre gerações
Um dos momentos mais surpreendentes da exposição é a apresentação de uma obra conjunta realizada entre Manuel Cargaleiro e Vhils (Alexandre Farto), artista urbano de renome internacional, nascido no concelho do Seixal.
Este diálogo entre duas gerações traduz-se numa peça que junta a tradição da arte plástica com a contemporaneidade da arte urbana, oferecendo uma perspetiva inovadora sobre o futuro do percurso artístico de Cargaleiro e sobre a sua capacidade de se reinventar ao longo do tempo.
Uma oportunidade única no Seixal
A exposição está patente desde 28 de setembro na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, situada na Quinta da Fidalga, no Seixal, e aí se vai manter até 12 de abril de 2026. Para o público, é uma oportunidade única de conhecer não só as criações do artista, mas também o seu universo mais pessoal, marcado pela luz, pela cor e pela paixão pela arte.
Além do acervo permanente e das peças cedidas pela Fundação Manuel Cargaleiro, esta mostra conta ainda com obras temporárias que enriquecem o discurso expositivo e tornam a visita ainda mais relevante para todos os amantes de arte.
Horários de visita:
- Horário de Verão (junho a setembro): terça a sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h.
- Horário de Inverno (outubro a maio): terça a sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 17h.
A entrada nesta viagem cultural é uma oportunidade imperdível para revisitar um dos nomes maiores das artes plásticas portuguesas, que marcou o século XX e continua a inspirar o século XXI.
