O Barreiro prepara-se para recuperar um dos momentos mais icónicos do seu calendário cultural: o Barreiro Rocks. Após seis anos de ausência, o festival regressa de 5 a 7 de dezembro de 2025, ocupando novamente os espaços da ADAO – Associação Desenvolvimento Artes e Ofícios e da Locomotiva – Bar dos Ferroviários, dois lugares que respiram cultura e que são parte da identidade local.
Os bilhetes estão disponíveis desde 22 de setembro e, antes do arranque oficial, o evento promete aquecer motores com uma série de warm-ups pela Península Ibérica em novembro. A expectativa é elevada: afinal, o Barreiro Rocks nunca foi apenas um festival. É um símbolo da vitalidade cultural da cidade, um espaço onde gerações se encontraram ao som do rock, do punk, do garage e de tantas outras sonoridades que moldaram a sua história.
O regresso de nomes familiares e a descoberta de novos caminhos
Chinaskee, o alter ego de Miguel Gomes, regressa depois de ter passado pelo festival em 2016. O músico, que no álbum Bochechas (2021) trocou a psicadelia pelas guitarras mais diretas, promete canções novas, energia e uma celebração de rock’n’roll em estado puro.
Também de volta está Vaiapraia, projeto de Rodrigo Vaiapraia, que já tinha passado pelo palco em 2015 e continua a oferecer canções carregadas de afeto e eletricidade emocional.
Do norte chegam os El Señor, banda de Fafe que leva na bagagem um punk-rock de nervo e paixão pela estrada. Estrearam-se em 2017 e trazem agora o norte até à margem sul do Tejo.
A seleção não se limita a guitarras e microfones. Candy Diaz, alter ego de Ana Farinha, apresenta-se em formato DJ set, conduzindo o público por uma viagem onde cabem psicadelismo, pérolas obscuras, girl groups, música cigana e desvios pelo pós-punk, dub e funk.
Os revivalistas Os Overdoses acrescentam peso ao cartaz com o seu rock sombrio: riffs vindos das raízes mais profundas da música americana, drones inquietantes e letras que soam como narrativas do submundo.
De Madrid ao Canadá: o espírito internacional do festival
O Barreiro Rocks sempre teve uma dimensão internacional e 2025 não será diferente. De Madrid chegam os veteranos Los Chicos, um verdadeiro caso sério de mistura entre country, punk, rock, soul, garage e até gospel. São presença recorrente no festival e, para muitos, já fazem parte da sua mobília.
De Montreal vem Mark Sultan, também conhecido como BBQ, que se apresenta como um “one man band”. A sua última passagem pelo Barreiro Rocks foi em 2013 e deixou marca com o seu garage cru, incendiário e absolutamente contagiante.
Do lado mais abrasivo, os 800 Gondomar regressam depois da estreia em 2016, prometendo a mesma distorção, suor e intensidade que já os levou a palcos na Grécia e na Ásia.
E porque nem só de concertos vive o festival, o norte-americano mais barreirense de todos, DJ Shimmy (George Casey, dono da Lost Padre Records), fecha uma das noites com um set onde cabem garage rock, soul e tudo o mais que lhe apetecer misturar.
Pode conhecer o cartaz completo aqui.
Um festival com identidade única
O Barreiro Rocks regressa com o compromisso de se manter fiel ao espírito que o tornou uma referência cultural. Pequenos palcos, proximidade com o público e uma atmosfera autêntica, longe dos grandes festivais de massas, mas cheia de intensidade.
A organização, a cargo da Associação Cultural Hey!Pachuco, sublinha que esta edição é também um reencontro: entre artistas e público, entre o passado e o presente, entre a energia que sempre fez do Barreiro Rocks um festival único e a vontade de o projetar para novas gerações.
Barreiro, cidade que pulsa música
O regresso do Barreiro Rocks reforça o papel central do Barreiro como cidade de música e cultura. Com forte tradição associativa e uma história marcada pela criatividade, o concelho volta a projetar-se no panorama nacional e internacional através de um festival que é tanto um evento como uma declaração de identidade.
Depois de seis anos de silêncio, o Barreiro Rocks 2025 promete ser mais do que um regresso: será uma celebração.