No próximo dia 8 de novembro, a Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, recebe o espetáculo “Mãos Minhas”, uma criação da companhia Terra Amarela que promete desafiar como percebemos a música e o movimento. Neste concerto performativo, o público é convidado a mergulhar num universo onde o som não nasce apenas dos instrumentos, mas também dos gestos, da respiração e da presença humana em palco.
“Mãos Minhas” é uma celebração do corpo enquanto veículo de expressão artística. Aqui, as mãos não servem apenas para tocar, mas para comunicar, construir e transformar o espaço sonoro. O espetáculo propõe uma reflexão sobre a relação entre o corpo e o som — o gesto que antecede a nota, a pausa que dá sentido à melodia. É, nas palavras da própria companhia, “um espetáculo que se ouve com os olhos e se vê com os ouvidos”.
O som da pele e o ritmo do toque
O projeto nasce da curiosidade de perceber como o movimento pode gerar música sem depender da tecnologia tradicional. Os performers exploram superfícies, texturas e objetos simples — o som do atrito, o estalar dos dedos, o bater das palmas — para criar uma partitura viva e imprevisível.
Cada gesto é pensado como uma extensão da ideia de partilha. “Mãos Minhas” não se limita à performance, mas propõe um diálogo íntimo entre artistas e público. A plateia é convidada a escutar de outra forma, a prestar atenção ao que normalmente se esconde nos intervalos do som: o silêncio, a respiração, a vibração do espaço.
A Terra Amarela, reconhecida pelo seu trabalho inovador na fusão de teatro, música e performance, volta a apresentar uma criação que cruza fronteiras artísticas. O grupo tem-se destacado pela capacidade de aproximar o público da arte contemporânea, tornando-a acessível e sensorial. Este espetáculo é mais um exemplo dessa abordagem: minimalista na forma, mas emocionalmente expansivo.
Uma viagem sensorial pela arte do gesto
Ao longo da apresentação, o público é conduzido por uma narrativa poética que vai muito além da palavra. O som das mãos, o compasso do corpo e a expressividade dos intérpretes constroem um ambiente quase ritual. É uma experiência que lembra a infância — quando o som era descoberto nas coisas mais simples, como o bater de uma tampa ou o eco de uma parede.
A direção artística procura devolver essa sensação primordial: a surpresa de descobrir o mundo através do som. O espetáculo é simultaneamente delicado e intenso, capaz de fazer o espetador rir, silenciar-se ou até respirar no mesmo ritmo dos artistas.
Um espaço para redescobrir a escuta
A escolha da Casa da Música Jorge Peixinho para acolher este espetáculo é mais do que simbólica. O espaço, dedicado à experimentação musical e ao encontro entre diferentes expressões artísticas, tem-se afirmado como um dos principais polos culturais do Montijo e da Margem Sul.
Com uma programação que valoriza a criação contemporânea e o envolvimento da comunidade, o auditório é o cenário ideal para “Mãos Minhas”. Aqui, o público encontrará uma atmosfera intimista, onde cada som — por mais pequeno que seja — ganha dimensão e significado.
Bilhetes e informações
O espetáculo “Mãos Minhas” sobe ao palco da Casa da Música Jorge Peixinho no dia 8 de novembro, às 21h30. Os bilhetes estão disponíveis através da BOL e nos locais habituais, com preços acessíveis a partir de 5 euros.
Mais do que um concerto, trata-se de uma experiência sensorial e emocional que convida o público a redescobrir a escuta e o poder expressivo das mãos. Porque, afinal, o som começa muito antes de ser ouvido.


