A Casa da Cerca, em Almada Velha, continua a ser palco de momentos especiais com a edição de 2025 do ciclo “Há Música na Casa da Cerca”, uma iniciativa que alia a música ao cenário único do Tejo. O programa, que se estende entre setembro e outubro, traz quatro propostas distintas, sempre com entrada gratuita e uma forte ligação à requalificação recente do espaço cultural.
Criado em 2015, este ciclo já se tornou tradição no calendário cultural da cidade, transformando o jardim botânico e os espaços expositivos da Casa da Cerca em pontos de encontro para quem procura uma experiência artística diferente. O regresso ganha ainda mais significado este ano, uma vez que o equipamento foi alvo de obras de requalificação interior e exterior, oferecendo agora condições renovadas ao público e aos artistas.
Programação ao pôr do sol
O arranque ocorreu a 20 de setembro, no Anfiteatro do Jardim Botânico, com o concerto de Pedro Ricardo Trio. O músico e DJ portuense apresentou-se acompanhado por uma vista privilegiada sobre o Tejo, num espetáculo que fundiu sons contemporâneos com uma atmosfera intimista.
Na semana seguinte, a 27 de setembro, foi a vez do coletivo Roda de Santo, que trouxe consigo a energia das raízes africanas em diálogo com a música atual. Uma viagem sonora que convidou à partilha cultural entre Brasil, África e Portugal.
Este mês, em outubro, o destaque vai para o concerto de João Paulo Esteves da Silva Trio, agendado para o dia 18, às 18h. Pianista e compositor reconhecido, Esteves da Silva sobe ao palco acompanhado por Omer Govreen no contrabaixo e Samuel Rohrer na bateria, prometendo encerrar esta série ao ar livre com um espetáculo sofisticado e envolvente.
Música nas exposições
Além dos concertos no jardim, o ciclo aposta também no formato “Música nas Exposições”, onde a música ganha uma nova dimensão ao dialogar com as obras patentes nas salas da Casa da Cerca. Este ano, a proposta recai sobre a atuação da cantora Gisela Mabel, marcada para 25 de outubro, às 18h. Um momento pensado para integrar diferentes linguagens artísticas, criando pontes entre som, imagem e espaço.
Cultura acessível e de proximidade
Todos os espetáculos do ciclo “Há Música na Casa da Cerca” têm entrada gratuita, estando apenas sujeitos à lotação dos espaços. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Almada, em parceria com a PontoZurca, e procura reforçar o papel da cultura enquanto fator de coesão e fruição coletiva.
Num momento em que os equipamentos culturais ganham nova vida após processos de requalificação, este ciclo assume-se como um convite à redescoberta da Casa da Cerca e do seu património natural e arquitetónico. O jardim, o anfiteatro e as salas de exposição transformam-se em palco, reforçando a ideia de que a cultura é também um modo de habitar a cidade e de valorizar os seus espaços.
Um pôr do sol diferente
Assistir a um concerto ao pôr do sol, com o Tejo como cenário, é uma experiência que já conquistou o público de Almada e da região. A combinação entre a música, a luz dourada do fim do dia e a envolvência natural da Casa da Cerca confere ao ciclo um caráter único, onde cada espetáculo é vivido de forma especial.
Mais do que uma programação musical, o “Há Música na Casa da Cerca” é uma oportunidade de encontro com a cidade, com os artistas e com a paisagem. Uma celebração que, em 2025, se reforça com a promessa de noites inesquecíveis ao som de algumas das vozes e projetos mais interessantes do panorama musical atual.