“O Jantar de Idiotas”: a comédia francesa que promete duas noites de gargalhadas em Setúbal

“O Jantar de Idiotas”: a comédia francesa que promete duas noites de gargalhadas em Setúbal

Setúbal prepara-se para duas noites de puro riso e ironia. A comédia “O Jantar de Idiotas”, uma das mais populares e inteligentes peças do teatro contemporâneo, sobe ao palco do Fórum Municipal Luísa Todi nos dias 27 e 28 de novembro, às 21h00, numa produção da Yellow Star Company.

Com encenação de Paulo Sousa Costa e texto original do francês Francis Veber, autor de clássicos como “La Doublure” ou “Le Placard”, a peça promete envolver o público numa sucessão de situações absurdas, mal-entendidos e risos genuínos — onde, como na vida, nada é exatamente o que parece.

Esta comédia, que atravessou fronteiras e foi adaptada ao cinema com enorme sucesso, continua a conquistar plateias em todo o mundo por uma razão simples: rir de nós próprios nunca sai de moda.

Um jantar para rir… e refletir

A história centra-se em Pedro Boto, um editor de sucesso que participa, com um grupo de amigos, num jogo cruel: os chamados “jantares de idiotas”. Nestes encontros, cada participante deve levar um convidado — o “idiota” da noite —, sem que este saiba o verdadeiro motivo do convite. O objetivo? Rir-se à custa do outro, enquanto se alimenta a vaidade e a falsa superioridade intelectual dos anfitriões.

Mas, numa noite em que tudo corre mal, Pedro sofre uma lesão e vê-se obrigado a ficar em casa, sozinho com Abílio Pinhão, o “idiota” que tinha escolhido para levar. O jantar transforma-se num desastre cómico, onde o improvável par se envolve numa teia de mal-entendidos, visitas inesperadas e confusões hilariantes.

O resultado é uma sequência de momentos tão ridículos quanto humanos, que mostram como o riso pode rapidamente virar-se contra quem o provoca.

Um elenco de luxo em palco

A versão portuguesa de “O Jantar de Idiotas” conta com um elenco de luxo, reunindo alguns dos rostos mais conhecidos da televisão e do teatro nacional. Ângelo Rodrigues e Liliana Santos lideram o grupo, acompanhados por João Didelet, Núria Madruga, Rui Porto Nunes, Luís Pacheco e Daniel Cerca Santos.

A equipa artística inclui ainda Fred Klaus, responsável pela cenografia e figurinos, Carlota González na produção, João Didelet na tradução e adaptação do texto original, e Diogo de Carvalho e Luís Pacheco na assistência de encenação.

O espetáculo apresenta uma estética moderna e dinâmica, fiel ao tom original de Francis Veber, mas com um ritmo e uma ironia muito portugueses — uma comédia que tanto diverte como desafia o público a olhar para as suas próprias pequenas vaidades.

Entre o riso e a crítica

Mais do que uma simples comédia de costumes, “O Jantar de Idiotas” é um retrato mordaz da hipocrisia social. Mostra como o desejo de se sentir superior pode tornar qualquer um num verdadeiro idiota. A genialidade da peça reside precisamente nessa inversão de papéis: o “idiota” torna-se a voz da sensatez, enquanto os “inteligentes” se desmoronam sob o peso da própria arrogância.

É teatro que diverte, mas também faz pensar — sem moralismos, apenas com o poder desarmante do humor.

Informações úteis

Espetáculo: “O Jantar de Idiotas”
Datas: 27 e 28 de novembro, às 21h00
Local: Fórum Municipal Luísa Todi, Setúbal
Encenação: Paulo Sousa Costa
Texto original: Francis Veber
Elenco: Ângelo Rodrigues, Liliana Santos, João Didelet, Núria Madruga, Rui Porto Nunes, Luís Pacheco e Daniel Cerca Santos
Cenografia e figurinos: Fred Klaus
Produção: Yellow Star Company
Tradução e adaptação: João Didelet
Assistência de encenação: Diogo de Carvalho e Luís Pacheco
Preço dos bilhetes: entre 20 e 25 euros, conforme o setor da sala
Bilhetes e reservas: disponíveis no Fórum Municipal Luísa Todi e em bol.pt

Setúbal volta a rir com humor de classe

Com humor afiado e interpretações cheias de energia, “O Jantar de Idiotas” promete duas noites memoráveis em Setúbal. É uma oportunidade rara de ver grandes nomes do teatro e televisão portugueses num espetáculo que combina ritmo, inteligência e gargalhadas sinceras.

Entre o absurdo e a ironia, a peça mostra que, no fundo, todos podemos ser um pouco “idiotas” — e que talvez esteja aí o verdadeiro encanto de ser humano.

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