A mostra “Michel Giacometti. 50 anos do SCE – Serviço Cívico Estudantil” destaca o trabalho desenvolvido por quatro estudantes que recolheram cantos, provérbios, benzeduras, anedotas e objetos de trabalho e de uso quotidiano em comunidades piscatórias da região de Setúbal, os quais integram a colecção etnográfica do Museu do Trabalho Michel Giacometti.
Uma nassa, um búzio, uma pá de aventejar e um ferro de resineiro são algumas das peças da vasta colecção de Michel Giacometti que os técnicos da Câmara de Setúbal (CMS) conseguiram identificar como tendo sido recolhidas pela Brigada E5 na região de Setúbal, apresentadas nesta exposição.
Há também fotografias e documentos, como fichas de recolha que identificam cantos, provérbios e anedotas, uma ata da reunião pública da Câmara Municipal de Setúbal de 1 de setembro de 1975 com a proposta de Odete Santos para a criação do Centro de Documentação Operário-Camponesa e um panfleto de 1975 sobre o Serviço Cívico Estudantil, do arquivo Ephemera.
Entre outros, o Serviço Cívico Estudantil, instituído pelo Decreto-Lei n.º 270/75 de 30 de Maio, tinha como objetivos “assegurar aos estudantes uma mais adequada integração na sociedade portuguesa e um mais amplo contacto com os seus problemas, a par de melhor compreensão das necessidades e carências da população”, assim como “garantir maior harmonização do conteúdo e prática do ensino com as situações concretas da vida nacional”.
Com a duração de um ano e em articulação com as Campanhas de Dinamização Cultural, sob tutela da Comissão Dinamizadora Central (CODICE) da 5.ª Divisão do Movimento das Forças Armadas (MFA), o programa contribuiu para ensinar algumas camadas de população a ler e a escrever, levar água potável e assistência médica a localidades remotas e traçar troços de estradas, entre outros avanços.
A exposição “Michel Giacometti. 50 anos do SCE – Serviço Cívico Estudantil”, de entrada livre, está patente de terça a sábado, no Museu Michel Giacometti, até 13 de Dezembro.
