Após décadas de serviço leal à Marinha Portuguesa, o submarino Barracuda encontrou uma nova vida como um fascinante navio-museu, oferecendo aos visitantes uma oportunidade única de mergulhar na rica história naval do país. Localizado em Cacilhas, este antigo submarino de guerra agora serve como um portal para o passado, permitindo que as pessoas explorem os desafios e as aventuras que os intrépidos marinheiros portugueses enfrentaram ao longo dos anos.
A Jornada do Submarino Barracuda
Lançado ao serviço em 1968, o NRP Barracuda desempenhou um papel crucial durante os 42 anos em que navegou os mares a serviço da Marinha Portuguesa. Este submarino de guerra não percorreu menos do que 800 mil milhas náuticas – uma distância equivalente a 36 voltas ao mundo. Participou em diversas missões, desde as Ilhas Britânicas até o Mediterrâneo Ocidental, testemunhando a coragem e a dedicação dos marinheiros portugueses.
Com uma tripulação de 54 homens, o Barracuda podia submergir até 300 metros de profundidade e permanecer submerso por até 31 dias consecutivos, tornando-se invisível para o mundo exterior. Apesar do espaço exíguo a bordo, cada centímetro do submarino era aproveitado de forma milimétrica, com apenas 35 camas disponíveis para a tripulação. Até mesmo o suprimento de água era limitado, com apenas 12 mil litros a bordo, reservados principalmente para o consumo e higiene básica dos oficiais.
Eliminando a Entrada por Escotilha
Um dos principais desafios no processo de musealização do Barracuda foi a necessidade de eliminar a entrada original por escotilha, que permitia apenas a passagem de uma pessoa de cada vez. Para torná-lo acessível ao público, foram concebidas duas entradas laterais que tiveram que perfurar o casco do submarino. Embora isso tenha feito com que se perdesse o frisson adicional da entrada pela escotilha, a visita continua a ser uma experiência única e segura para os visitantes.
Inauguração Oficial como Navio-Museu
Após a sua última missão em 2010, o submarino Barracuda foi oficialmente inaugurado como navio-museu no passado dia 9 de maio, numa cerimónia realizada no Largo Alfredo Diniz, próximo ao terminal fluvial de Cacilhas. A cerimónia contou com a presença de importantes figuras, como o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo, e a Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros.
Durante a inauguração, o Almirante Henrique Gouveia e Melo, que havia sido Oficial de Guarnição, Imediato e Comandante do Barracuda, relembrou os tempos em que serviu a bordo da embarcação. Já a Presidente Inês de Medeiros destacou a importância de “lembrar o passado longínquo de Portugal associado ao mar e às descobertas, sem medo de abraçar o desconhecido e enfrentar as adversidades, pela marinha mais antiga do mundo”.
Explorando o Submarino Barracuda
Desde 11 de maio, o público pode visitar o submarino Barracuda gratuitamente, de terça a domingo, das 10h às 18h. Embora possa haver períodos de espera de até meia hora devido à dinâmica do espaço interior, esta é uma oportunidade única para os visitantes explorarem e aprenderem sobre a história naval de Portugal.
Ao estar em doca seca, o Barracuda permite que os visitantes apreciem o real tamanho dos submarinos de guerra, algo que é difícil de perceber quando os vemos a emergir no Tejo, mostrando apenas a torre do periscópio. Esta perspectiva única proporciona uma compreensão mais profunda das dimensões e dos desafios enfrentados pelos tripulantes destes imponentes navios.
Além de simbolizar a coragem e a dedicação dos marinheiros portugueses, o Barracuda serve como um testemunho tangível do património naval do país, enriquecendo a cultura marítima da nação. Ao visitar este navio-museu, os visitantes têm a oportunidade de mergulhar na história e nas aventuras que marcaram a trajetória da Marinha Portuguesa ao longo dos anos. Pode saber um pouco mais da história do Barracuda aqui.
Integração no Pólo Museológico de Cacilhas
Com a inauguração do submarino Barracuda como navio-museu, Cacilhas torna-se um destino ainda mais atraente para os amantes da história e da cultura marítima de Portugal. Esta nova atração promete atrair visitantes de todo o país, interessados em explorar e aprender sobre o legado naval da nação.
O Barracuda junta-se agora à fragata D. Fernando II e Glória, formando um polo museológico de destaque em Cacilhas. Esta concentração de atrações navais históricas enriquece ainda mais a oferta cultural da região, tornando-a um ponto de interesse imperdível para aqueles que desejam mergulhar na fascinante história marítima de Portugal.
Ao visitar o submarino Barracuda, os visitantes têm a oportunidade de explorar e aprender sobre os desafios e as conquistas da Marinha Portuguesa ao longo dos anos. Esta experiência imersiva permite que se conectem com o passado de uma maneira única, fortalecendo a sua apreciação e compreensão da importância do mar na história e na identidade do país.
Um Legado Marítimo Revivido
A inauguração do submarino Barracuda como navio-museu em Cacilhas representa um momento significativo na preservação e celebração do legado marítimo de Portugal. Ao oferecer aos visitantes a oportunidade de explorar e aprender sobre este imponente submarino de guerra, a iniciativa honra a coragem e a dedicação dos marinheiros portugueses, mas também inspira uma nova geração a valorizar e a conectar-se com a rica história naval do país.