O Município do Seixal está a marcar o 79º aniversário dos bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos em 1945 com a inauguração de uma nova exposição sobre o desarmamento nuclear. Esta mostra, organizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), visa promover a adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares e pode ser visitada gratuitamente no átrio dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal até 29 de setembro.
O Legado Devastador dos Bombardeamentos Nucleares
Os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 marcaram um dos momentos mais sombrios da história da humanidade. As duas cidades japonesas foram devastadas pelas bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos, causando um enorme número de vítimas e deixando um legado de destruição que perdurou por anos. Estes ataques nucleares evidenciaram de forma trágica o potencial destrutivo das armas atómicas, colocando a questão do desarmamento nuclear no centro das preocupações globais.
O Papel dos Municípios na Promoção da Paz
Alinhada com o Movimento Municípios pela Paz (MMPP), a Câmara Municipal do Seixal tem vindo a assinalar datas relevantes no contexto da defesa da paz e da promoção da segurança e desenvolvimento humano. Neste sentido, a autarquia acolhe a exposição sobre o desarmamento nuclear com o objetivo de recordar constantemente que “o caminho da paz é o que tem de ser seguido no mundo inteiro”, nas palavras do vice-presidente Joaquim Tavares.
O Tratado de Proibição de Armas Nucleares
A exposição promovida pelo CPPC visa, em particular, sensibilizar para a necessidade de Portugal aderir ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, aprovado pela ONU em 2017 e já ratificado por 122 países. Este tratado, alinhado com a Constituição Portuguesa que defende “o desarmamento geral, simultâneo e controlado”, representa um passo crucial na luta global pelo fim das armas nucleares.
Em paralelo com a exposição, o CPPC lançou a petição “Não às Armas Nucleares! – Pela Adesão de Portugal ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares!”, que pode ser assinada online. Esta iniciativa visa pressionar as autoridades portuguesas a ratificarem o tratado, dando assim um sinal importante no contexto das recentes declarações sobre a possibilidade do uso de armamento nuclear.
Atualmente, cabe ao Governo Português a responsabilidade de assinar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, seguindo-se a ratificação pelo Parlamento e a promulgação pelo Presidente da República. A exposição no Seixal e a petição do CPPC visam sensibilizar a opinião pública e as entidades governamentais para a urgência deste processo, reforçando o compromisso de Portugal com o desarmamento nuclear e a promoção da paz.
A Ameaça Persistente das Armas Nucleares
Apesar dos esforços internacionais para reduzir os arsenais nucleares, ainda existem mais de 12 mil ogivas atómicas no mundo. Especialistas alertam que, em caso de uma Terceira Guerra Mundial, o uso destas armas poderia levar à extinção da vida humana no planeta. Neste contexto, a exposição no Seixal assume uma importância vital, recordando os horrores do passado e a necessidade imperiosa de eliminar definitivamente esta ameaça.
O Dia Internacional para a Abolição Total das Armas Nucleares
Além dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, o MMPP também assinala o Dia Internacional para a Abolição Total das Armas Nucleares, a 26 de setembro, como uma data-chave na luta pelo desarmamento. Este dia foi instituído pela ONU com o objetivo de alertar para a necessidade de eliminar por completo as armas nucleares a nível global, preservando a paz e a segurança internacionais.
A exposição sobre o desarmamento nuclear no Seixal representa um alerta e um clamor por um mundo livre de armas nucleares. Ao recordar os horrores do passado e mobilizar a sociedade em torno desta causa, a Câmara Municipal e o CPPC pretendem contribuir para a construção de um legado de paz e segurança que deve ser transmitido às gerações vindouras. Juntos, podemos construir um futuro mais justo, sustentável e livre da ameaça nuclear.