Luiz Pacheco, Palmela e Portugal

Até 31 de maio, a Biblioteca Municipal de Palmela recebe a exposição “Luiz Pacheco: a ser como sou e não outro que não quero ser”.


Composta por quatro vitrines de documentação inédita, a exposição também inclui um vídeo com testemunhos e áudios originais de Luiz Pacheco, através desses materiais, os visitantes podem conhecer melhor a vida e obra do autor, incluindo as suas ligações pessoais, ilustradas por correspondências enviadas e recebidas ao longo da sua vida.


Esta exposição destaca as recordações, vivências e amizades em Palmela, onde Pacheco viveu na última década do século XX, e fez da vila a sede da sua editora, a Contraponto.


Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como Seara Nova, Bloco, Afinidades, Diário Ilustrado, O Volante, Diário Popular e O Globo. Luiz Pacheco foi um “compagnon de route” dos surrealistas portugueses e o seu primeiro e apaixonado editor, tendo sido apelidado de “sacristão do surrealismo”. Nesta chancela editou entre outros, Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder.


Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso e temido pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime salazarista. Em 1989, Pacheco tornou-se militante do Partido Comunista Português, segundo o próprio “para ter um enterro igual ao de Ary dos Santos”.


A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos, tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente “neo-abjeccionista”. Em “O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor” polémico texto escrito em 1961 e que é emblemático dessa corrente e que provocou aceso escândalo aquando da sua publicação em 1970, narra um dia passado numa Braga fantasmática e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo frustrantemente solitário.


Esta exposição, sobre um dos mais atentos e verreginosos escritores portugueses do século XX, estará patente na Biblioteca Municipal de Palmela até 31 de maio e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, entre as 10h00 e as 19h00, e aos sábados, das 14h00 às 19h00.

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